quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Aranha

foto: Marcelo de O. Gonzaga

Um emaranhado de aranhas, de chamar a atenção. Assim é a rotina da Parawixia bistriata que, ainda imaturas, se juntam desta forma para aumentar a própria probabilidade de sobrevivência. Mas uma aliança assim, pode-se dizer, é incomum entre as aranhas. Normalmente a tolerância à proximidade dos irmãos termina mais cedo na maioria das espécies. 

A razão para estarem juntas também diz respeito à própria manutenção do complexo de teias coletivo que se forma em torno delas e onde permanecem durante o dia. Ele é denso, cheio de fios fortes, quase impenetráveis (sobretudo para as aves). Mas claro que há quem fure a barreira e as ameace: outras aranhas, formigas e vespas caçadoras e parasitóides. 

Além disso, a permanência delas em grupo favorece a construção de estruturas de sustentação para as teias individuais. Até porque, quando adultas, essas aranhas costumam viver mais solitariamente. Geralmente deixam a segurança das teias à noite, quando saem para se alimentar, essencialmente de insetos. 

Recentemente pesquisadores descobriram algo importantíssimo: uma substância em seu veneno que tem propriedades neuroprotetoras. Chama-se Parawixina 1 (em homenagem ao seu próprio nome). Como protege os neurônios, isso abrirá espaço para estudos de tratamentos de males como os de Alzheimer e esclerose lateral amiotrófica, hoje sem cura. 

Jacaré do Pantanal

Os jacarés são ovíparos. A fêmea põe, em média, entre 20 e 30 ovos. Eles se desenvolvem ao calor do sol e da vegetação que normalmente compõe o ninho (feito à base de folhas e fragmentos de plantas, na mata ou sobre vegetação flutuante). A mãe raramente se afasta do lugar, que normalmente defende com fúria. A reprodução acontece entre os meses de janeiro e março, coincidentemente o período das cheias no Pantanal.
Há bichos que nascem para viver num determinado ambiente. O jacaré-do-pantanal, como o nome bem diz, tem sua morada nas águas. Em terra, quase sempre, é desajeitado e perde o seu famoso poder de reação, fugindo à primeira ameaça que vê pela frente. 

Na água não. Sua incrível força muscular ganha agilidade. É quando subjuga qualquer presa, com o aval de uma mandíbula sem igual, cauda serrilhada e pés com garras poderosas. Pode atingir, em média, 3 metros de comprimento. 

A sua importância no controle ecológico de outras espécies também é real: se alimentam de indivíduos mais fracos, velhos ou doentes, fazendo instintivamente uma seleção natural. Também se alimentam de caramujos, matando o transmissor de doenças como a esquistossomose (barriga d'água). 

Apesar disso, o jacaré-do-pantanal quase foi extinto. Terminou salvo por uma campanha de proteção e hoje sua população está em equilíbrio. Só mais uma curiosidade: ao contrário dos mamíferos, os jacarés não possuem heterocromossomo (cromossomo sexual). O que vai determinar o sexo dos embriões são a temperatura ambiente (principalmente) e as outras condições ambientais de incubação.